Encontrei uma cidade inteira entre suas pernas.
caos
confusão,
e um
intenso tráfego do que eu chamaria de paixão se não fosse tão doce na
ponta da minha língua.
Eu pude ouvir tu gemer
enquanto eu
desconstruía os edifícios que tu mesmo construiu
pra ofuscar o
infinito do teu céu.
Eu pude ver tu revirar os olhos
enquanto eu
redesenhava as rodovias,
mapeava campos e plantações inteiras de
begônias
e hibiscos no corpo pulsante que pra mim foi um
deserto
durante
tanto
tempo.
Os meus muros
pichados de porra sem vaidade,
sem poesia, sem desejo;
dedos que
testemunharam apenas 3,5 graus na escala Richter.
Eu poderia dizer
apenas que adoro quando tu abre as pernas e empurra minha cabeça para que eu engula tu inteiro,
mas
com toda a ternura e delicadeza
que esconde no gosto do teu
pau,
não
consigo pensar em nada
além
de
poesia.
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